Opinião: Você sabe identificar entre um verdadeiro influenciador e um golpista digital?

Vivemos na era das redes sociais, onde o número de seguidores muitas vezes define quem é visto como “influenciador”. Contudo, há uma linha tênue entre influenciar positivamente e manipular e aqui já vale destacar que, muitos desses “influenciadores” podem, na verdade, ser golpistas digitais, aproveitadores que exploram a carência, a curiosidade e a ingenuidade de quem os acompanha. 

Neste sentido, cabe a pergunta: Como diferenciar um verdadeiro influenciador de um aproveitador (um golpista digital) que apenas deseja enganar, manipular, faturar e viver às custas dos seus seguidores?

Todos os domingos, assistimos a reportagens no Fantástico, no Domingo Espetacular e em outros programas mostrando operações da Polícia Federal contra supostos influenciadores que promovem jogos de apostas e esquemas obscuros, seduzindo pessoas em busca de dinheiro fácil e há quem defenda esse tipo de golpe e manipulação. Isso reflete uma triste constatação: a internet não só potencializa as oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento, como orienta a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mas também dá palco para quem deseja explorar a vulnerabilidade alheia.

Antes, é preciso deixar claro qual é a minha visão sobre quem deve ser chamado de Influenciador Digital. Na minha opinião, influenciador é alguém que, de fato, domina determinado assunto, agrega valor à vida das pessoas, promove reflexões, desenvolve competências e habilidades (como preconiza a BNCC) e atua de forma transparente e responsável.

Neste sentido, é preciso lembrar que crianças e adolescentes têm acesso a todo tipo de conteúdo nas redes, e a BNCC preconiza justamente a formação de cidadãos críticos, capazes de discernir informação de manipulação. No entanto, quando esses jovens se deparam com esses "ditos influenciadores" que ostentam vidas de luxo e fazem promessas de ganhos rápidos, muitos acabam se deixando levar pela ilusão e pelo brilho de um sucesso fabricado. A situação torna-se ainda mais complexa quando percebemos que, se ser um golpista digital já é algo vergonhoso e merecedor de repúdio, imagine quando alguns pais expõem os filhos nas redes para simular riqueza e criar conteúdos mentirosos. É um golpe duplo: engana-se o público e compromete-se a formação da criança, que aprende a enxergar a manipulação como um caminho para o sucesso.

É deprimente notar como algumas pessoas se dedicam a cultivar seguidores com base em engodos, mentiras e fraudes. Para piorar, existem aqueles que não hesitam em envolver os filhos em vídeos sensacionalistas, achando que a presença de uma criança trará simpatia e credibilidade ao conteúdo. Esse tipo de atitude, que hoje está sendo visto como exploração trabalho infantil, contribui para a normalização do engano, além de afetar o desenvolvimento socioemocional dos pequenos. As redes sociais, que deveriam servir para disseminar boas práticas e conhecimento, acabam se tornando palco de uma falsa felicidade vendida por golpistas digitais.

Quando estamos nas ruas, é relativamente simples identificar um golpista: a abordagem direta, o medo e a tensão imediatos fazem soar o “alarme interno”. A reação natural costuma ser afastar-se, chamar a polícia ou buscar ajuda. Já no ambiente digital, tudo parece mais limpo e organizado: o golpista pode ter milhares de seguidores, vídeos bem produzidos, fotos luxuosas e uma oratória convincente.

Como diz a famosa frase: “Todo dia acorda cedo um malandro e um otário”, e muitos desses malandros hoje se autodenominam “influenciadores” digitais, prontos para enganar e manipular quem sonha com o estilo de vida que eles simulam. Esse tipo de abordagem digital tira proveito da confiança que criamos ao ver vídeos e conteúdos “pessoais”, e, por isso, muitas vezes não identificamos o golpe até ser tarde demais.

Para lidar com esse cenário, precisamos refletir sobre o uso das redes sociais e desenvolver competências digitais – algo que está alinhado tanto à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e suas diretrizes de formação e continuada. Essas referências defendem uma atuação reflexiva e crítica, com foco na construção de habilidades que permitam:

  • Identificar fontes confiáveis: verifique a reputação do influenciador, busque referências, leia comentários e análises de outros seguidores ou especialistas.
  • Analisar o discurso: reconheça sinais de manipulação, promessas falsas, uso de linguagens persuasivas sem fundamento.
  • Agir com prudência: bloquear perfis tóxicos, denunciar conteúdos ilegais ou abusivos e não compartilhar dados pessoais indiscriminadamente.
  • Promover o uso saudável das redes: buscar e seguir verdadeiros influenciadores, aqueles que têm um projeto ético, consistente e educacional, capazes de gerar conhecimento e inspirar boas práticas.

Outro ponto que se destaca é o abismo social evidenciado em nossas interações digitais. Enquanto é fácil classificar como golpista alguém que nos aborda de forma suspeita na rua, muitas vezes relutamos em enxergar o falso influenciador como golpista, pois ele está “amparado” pelo suposto prestígio das redes. O brilho das fotos perfeitas e as promessas de sucesso e riqueza facilitam a manipulação emocional. É como se a tela nos desse um verniz de credibilidade, fazendo muitos acreditarem sem questionar.

O passo inicial para combater esse tipo de exploração é adotar uma postura crítica nas redes sociais. Esteja atento, busque formação continuada e não hesite em se afastar ou denunciar conteúdos abusivos ou que pareçam manipuladores. Ao mesmo tempo, valorize influenciadores que ofertam conteúdo de qualidade, educação, cultura, incentivo à cidadania e sustentabilidade – elementos que norteiam, inclusive, o que defendemos no Lab de Educador.

E você, sabe identificar entre um verdadeiro influenciador e um golpista digital?

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Imagem criada no Dream Lab do Canva

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