Somente 27% das mulheres em cursos de ciências conseguem concluir sua formação

Queda na taxa de formação de mulheres em cursos de STEM no Brasil é preocupante, revela estudo 

Um estudo recente da Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados, com base em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), revelou uma queda alarmante na taxa de formação de mulheres em cursos de ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) no Brasil.

Desde o início da pandemia de COVID-19, a porcentagem de mulheres que concluem esses cursos despencou quase pela metade, passando de 53% em 2019 para apenas 27% em 2023.

Em contrapartida, a taxa de formação masculina caiu de 37% para 23% no mesmo período, evidenciando uma queda de 36%.

O CEO da Nexus, Marcelo Tokarski, expressou sua preocupação com os dados.

"A taxa de conclusão vem caindo entre ambos os gêneros, mas a queda é mais acentuada entre as mulheres, provavelmente reflexo de impactos econômicos, como desemprego e queda de renda, além de questões relacionadas ao cuidado familiar", afirmou.

Francilene Garcia, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), complementou que, em tempos de crise, as mulheres geralmente enfrentam uma carga maior de responsabilidades.

"A pandemia afetou a todos, mas as mulheres sentiram isso de forma mais intensa. A pressão da sociedade sobre elas aumentou, o que pode ter dificultado a continuidade de seus estudos", explicou.

Garcia destacou ainda a importância de políticas afirmativas, como bolsas de estudo e editais voltados para mulheres, que foram fundamentais para a inclusão feminina nas ciências.

No entanto, ela defende que é necessário revisar essas políticas para garantir a formação e a permanência das mulheres nos cursos de STEM.

Cenário atual e perspectivas futuras 

Embora em 2023 a maioria dos ingressantes em cursos de STEM ainda seja masculina (74%), a presença feminina tem aumentado lentamente.

O número de mulheres que ingressaram em graduações nessas áreas cresceu 29% de 2013 a 2023, enquanto o número de homens aumentou 56%.

Os dados mostram que as engenharias atraem a maior parte das mulheres, com 48% das calouras, seguidas pela computação (43%) e ciências naturais (9%).

No entanto, a busca por cursos de engenharia está em declínio, com uma queda de 21% na última década, enquanto a área de computação viu um aumento expressivo de 368% na matrícula de mulheres.

Garcia ressalta que a diversidade de gênero é crucial para o avanço científico.

"Uma maior presença feminina e diversidade nas ciências garantirá melhores resultados e soluções mais eficazes para os desafios globais", concluiu.

Esses dados levantam questões importantes sobre a necessidade de ações mais efetivas para garantir a formação e a permanência de mulheres em áreas tradicionais dominadas por homens, especialmente em um momento em que a sociedade demanda cada vez mais diversidade e inclusão em todos os setores.

Fonte: Agência Brasil

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