A Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil passa por uma transformação significativa com a inclusão de habilidades digitais em seu currículo. A partir deste mês, alfabetizadores de todo o país estão participando de uma formação que abrange o uso de tecnologias, como enviar mensagens em redes sociais, identificar fraudes online, utilizar aplicativos bancários e até criar perfis em aplicativos de namoro.
A formação em questão é parte do Programa de Formação de Alfabetizadores e Docentes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, desenvolvido em parceria entre a UFPB e o Ministério da Educação (MEC). Esta é a primeira iniciativa de formação ampla e nacional voltada para alfabetizadores da EJA, contemplando 1,3 mil formadores regionais que, por sua vez, disseminarão o conhecimento nas redes de ensino até 2026.
O programa integra o Pacto pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na EJA, uma iniciativa do governo federal lançada no ano passado, com o objetivo de dar visibilidade e ênfase à educação de jovens, adultos e idosos. A formação tem como foco garantir a alfabetização daqueles que não tiveram acesso à educação na infância, um desafio premente, considerando que 11,4 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais ainda não sabem ler e escrever, segundo o IBGE.
Tecnologia e cidadania
A inclusão de habilidades digitais não se limita ao uso de dispositivos. A educação midiática é uma parte essencial da formação, ajudando os alunos a se protegerem contra fraudes e a compreenderem o espaço virtual.
Além da formação tecnológica, a EJA enfrenta o desafio de manter os estudantes nas escolas. Dados do IBGE revelam que 46,8% da população com 25 anos ou mais não concluiu o ensino médio. Entre 2019 e 2023, o número de alunos na EJA caiu de 3,2 milhões para 2,5 milhões, enquanto os investimentos na modalidade também sofreram uma drástica redução.
Essa formação que possui uma abordagem renovada e um foco em tecnologias, busca não apenas alfabetizar, mas também empoderar os alunos da EJA, preparando-os para os desafios da vida moderna. A inclusão de competências digitais é um passo crucial nessa jornada, refletindo a necessidade de uma educação que dialogue com as realidades contemporâneas.
Fonte: Agência Brasil