Morango do amor- Trabalhando a questão em sala de aula

 


MORANGO DO AMOR
Fabrício Carpinejar
Você ouviu falar em morango do amor? Caso não, está duas semanas atrasado. É só o que se comenta nas redes sociais. Partiu de um vídeo viral de um chef direto para as vitrines das confeitarias. Há uma febre da fruta açucarada. Ninguém quer ficar de fora.
Não tem nada demais que justifique o excessivo alarde. É a reformulação da clássica maçã do amor, agora com morango envolto em brigadeiro de leite Ninho e cobertura crocante e vermelha.
Basicamente, é um bombom. Uma trufa semelhante a qualquer uma que você já saboreou antes, sem dar o mesmo destaque.
O que há de novo é o nome e a intenção.
Mostra-se mais gostoso por causa do batismo sedutor e da oferta instagramável.
Se a maçã do amor lembrava circo, zoológico, parque e festa junina, numa experiência infantil em família, a réplica gourmetizada traz um desejo adulto: de gula, de consumo e de romance.
É como se a maçã fosse a infância, e o morango, sua versão erotizada.
Curiosamente, o tempo avança e as idealizações diminuem de tamanho — do maior para o menor.
O que muda é o chamado dos cinco sentidos.
A maçã do amor tem uma cobertura dura de caramelo, feita com açúcar, vinagre e corante vermelho. A crosta é rígida, brilhante, difícil de comer em público. Gruda na pele, na roupa.
No palito, muitas vezes não suporta a mordida e cai no chão. Raramente alguém chega até o fim.
Já o morango do amor é portátil, leve, macio por dentro, cremoso ao redor, com uma fina casquinha crocante que não exige esforço. Pode ser colocado inteiro na boca.
Docerias especializadas relatam filas, com 150 a 220 unidades vendidas em 24h.
O produto ganhou todo tipo de recheio, ampliando o repertório: brigadeiro, doce de leite e coco ralado, farofa de biscoito, Nutella, pistache, castanhas, crème brûlée.
A epidemia, à primeira vista, revela o quanto somos influenciáveis. Mas vejo um fundo emocional nesse gesto, além da realidade aparente. Expõe nossa carência de pertencimento. Nunca tivemos tanta necessidade de nos parecermos uns com os outros. Estamos profundamente solitários. É um atestado do nosso isolamento. É mais falta de amor do que morango.

Disponível em: https://www.instagram.com/p/DMd3UsKuS5U/ 

O que torna o "morango do amor" um fenômeno atual, segundo o texto?


Por que o autor afirma que “não tem nada demais que justifique o excessivo alarde”? Como essa opinião se relaciona com a forma como consumimos tendências?


Como o texto contrapõe o "morango do amor" à "maçã do amor"? Que mudanças simbólicas o autor sugere?


Explique o significado da frase: “É mais falta de amor do que morango”. O que ela revela sobre o ponto de vista do autor?


Como o apelo visual e o nome sedutor do doce influenciam seu sucesso, de acordo com o autor?


O autor menciona que “o tempo avança e as idealizações diminuem de tamanho”. O que essa frase sugere sobre o comportamento das novas gerações ou a cultura contemporânea?


O autor usa uma linguagem informal e até irônica em certos trechos. Cite um exemplo e comente o efeito dessa escolha no tom do texto.


Que função exerce o parágrafo que detalha a composição da maçã do amor, em contraste com o morango do amor?


Como o autor conecta o consumo do "morango do amor" com sentimentos como solidão e desejo de pertencimento? Você concorda com essa relação? Por quê?


Você acredita que tendências como essa são uma forma de preencher vazios emocionais? Dê sua opinião, relacionando com o texto.


O que significa “falta de pertencimento”? Comente.


O texto de Fabrício Carpinejar apresenta uma opinião pessoal sobre um fenômeno recente nas redes sociais. Com base na leitura, você acredita que esse texto pode ser classificado como uma crônica?

Justifique sua resposta, destacando características do gênero.

Observe a charge disponível em: https://www.instagram.com/rosagourmetconfeitaria/p/DMcxRYDgpa1/ 


Comente o título atribuído a ela.


Ambos os textos tratam do "morango do amor". Como a charge reforça, com humor, a crítica que o cronista faz sobre o comportamento das pessoas diante das modas da internet?


Na charge, o bebê reborn aparece com expressão de cansaço e fala “acabou o surto com os bebês reborn”. Como isso se relaciona com a ideia da crônica de que “somos profundamente influenciáveis”?


A crônica sugere que o “morango do amor” desperta uma carência emocional nas pessoas. Que elemento da charge também sugere esse desejo de “preencher algo” através das modas da internet?


A fala “Qual será o próximo surto?” dita pelo morango indica um comportamento repetitivo. Como essa previsão irônica se relaciona com o conceito de consumo e pertencimento abordado na crônica?


As expressões faciais dos personagens na charge (o bebê desanimado e o morango entusiasmado) ajudam a transmitir que mensagem crítica sobre a velocidade com que substituímos modas e interesses? Isso aparece também na crônica? Como?


A charge utiliza elementos como exagero, expressões faciais e ironia para criticar fenômenos sociais. Considerando isso, qual é a crítica principal presente na charge e como os recursos visuais reforçam essa mensagem?

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