Quem vai querer ser professor?








Elaboração: Giovana B F Picolo

Vivemos um momento em que ser professor exige, mais do que formação e vocação, coragem. A desvalorização da profissão docente, a desmotivação crescente e os casos alarmantes de agressões físicas e verbais contra professores e funcionários escolares são sinais claros de uma crise que afeta toda a sociedade. É fundamental lembrar que os profissionais da educação são amparados pela Lei nº 13.022/2014, que garante sua integridade no exercício da função, e pelo Código Penal Brasileiro, que em seu artigo 331 criminaliza o desacato a funcionário público no exercício da sua função ou em razão dela. Diante disso, propomos uma reflexão coletiva: como exigir uma educação de qualidade em um país que não respeita seus educadores? A partir dessa provocação, nossa aula buscará discutir causas, consequências e possíveis caminhos para reverter esse cenário preocupante.

🎯 Objetivo Geral:
Refletir criticamente sobre o fenômeno do apagão de professores no Brasil, suas causas (incluindo agressões e desvalorização) e as consequências para a educação e a sociedade.

👥 Público-alvo:
Ensino Médio (preferencialmente 2º ou 3º ano)
⏰ Duração: 90 minutos

🔎 Etapas da Aula
1. Abertura com provocação audiovisual (15 min)

📽️ Exiba um vídeo curto, charge ou notícia real:

Sugestão: Reportagem “Por que faltam professores no Brasil?” (YouTube, UOL, Globo, Estadão, etc.)
Ou um vídeo de depoimento de professores desmotivados: https://www.instagram.com/reel/DIzarjjRZtH/

📢 Após o vídeo, pergunte:
“O que mais te chamou atenção?”
“Você acha que isso acontece também na nossa realidade?”

📝 Objetivo: Criar empatia e despertar o interesse.

2. Apresentação do conceito de "apagão de professores"

📄 Exposição dialogada:
Explique o que é o apagão docente.
Liste causas: baixos salários, falta de formação, más condições, desrespeito e agressões.

💬 "O número de jovens que querem ser professores vem caindo. Muitos evitam a profissão por medo, por desrespeito ou porque veem seus professores cansados e desvalorizados. Isso gera o chamado apagão de professores."

3. Atividade de leitura e análise crítica
📑 Peça ao alunos que pesquisem notícia ou texto de opinião com o seguinte foco:

Agressões físicas e verbais contra professores;
Afastamento e adoecimento docente.
Dados sobre evasão de cursos de licenciatura.

💡 Depois, comparem:
📄 Texto 1 – “Quem vai querer ser professor?” (ficcional, mas realista)

“Ser professor tem se tornado um ato de coragem. Não por ousar ensinar, mas por enfrentar salas cheias, baixos salários e olhares de desprezo. Em muitos lugares, o respeito foi substituído por ameaças. Se a escola, que deveria ser espaço de crescimento, se transforma em ambiente hostil para quem ensina, quem vai querer ocupar esse lugar amanhã?”

📄 Texto 2 – “Sala de aula ou campo de batalha?” (inspirado em relatos reais)

“Não é só o giz que risca o quadro. São também as marcas invisíveis deixadas pela agressão verbal, pelo desrespeito cotidiano, pela indiferença dos que assistem de braços cruzados. Quando um professor é agredido, toda a sociedade é ferida. A pergunta que fica é: até quando fingiremos que isso é normal?”

📄 Texto 3 – “O futuro sem mestres” (reflexão crítica)

“O Brasil está prestes a enfrentar uma crise silenciosa: a falta de professores. Cursos de licenciatura estão esvaziados, muitos docentes se aposentam e poucos se interessam em substituí-los. A razão? Não é só o salário. É também a falta de valorização, o medo, o cansaço e a violência que se normalizou.”

📄 Texto 4 – “Professor, profissão em extinção?”

“Em muitas escolas, ser professor é sinônimo de resistência. Resistir ao desrespeito, à burocracia, à violência, ao cansaço. Enquanto isso, o número de profissionais na ativa diminui, e o futuro da educação entra em risco. Não basta homenagear professores em outubro; é preciso protegê-los o ano inteiro.”

📄 Texto 5 – “Professor é gente”

“Professor não é herói, nem mártir. É gente. Sente medo, cansaço, frustração. Quer respeito, condições dignas e segurança para ensinar. Quando um aluno agride, quando um gestor ignora, quando a sociedade desvaloriza, a mensagem é clara: 'você não importa'. Mas sem professores, o amanhã não acontece.”

4. Debate guiado

🔹 Organize a turma em dois grupos ou forme um círculo de conversa.
🎙️ Questão central:

"A desvalorização e as agressões aos professores são as principais causas do apagão docente no Brasil?"

Grupo 1: Defende que sim, a violência e o desrespeito são os principais fatores.
Grupo 2: Acredita que há outras causas mais estruturais (salários, políticas públicas, gestão).

🧠 Estimule o uso de argumentos com base no texto, na realidade escolar e em experiências pessoais.

5. Fechamento com proposta de ação

✍️ Peça aos alunos que escrevam uma frase de valorização do professor ou uma mini-campanha que poderia ser divulgada na escola ou nas redes sociais.

Exemplos:

“Respeito começa em sala de aula.”
“Professor não é super-herói, mas muda o mundo.”

🔁 Possível extensão da aula:

Criar uma campanha interna na escola de valorização do professor (com apoio da gestão);
Convidar um professor aposentado ou em atividade para dar um depoimento.

📌 Gêneros argumentativos/reflexivos

Carta aberta à sociedade
▸ Os alunos escrevem uma carta direcionada à comunidade, expressando indignação, reflexões e propostas sobre a situação dos professores.
▸ Ex: “Carta de um(a) estudante sobre o futuro da educação”.

Artigo de opinião
▸ Um texto para jornal escolar ou blog, defendendo um ponto de vista sobre as causas e consequências do apagão de professores.
▸ Pode incluir dados, exemplos e proposta de solução.

Editorial fictício
▸ Simular um editorial de um grande jornal abordando o desrespeito aos professores e os impactos na educação nacional.

Manifesto estudantil
▸ Um texto coletivo defendendo a valorização dos professores, em tom de denúncia e mobilização.

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